domingo, 8 de março de 2009

Design de Conteúdos

Para além das regras gramaticais de simplificação de escrita com o fim de obter conteúdos acessíveis há ainda que ter em conta outros factores, que por vezes passam despercebidos mas que assumem especial relevância neste campo.A primeira medida a ser tomada é a normalização do texto, isto é, deve ser sempre utilizado o mesmo tipo de letra, o mesmo método para fazer sobressair / destacar partes do texto (negrito, itálico, sublinhado, aumento / diminuição de letra) e se usar o sistema de redução de palavras, este deve ser sempre mantido, usando sempre a mesma técnica (exemplo: pág. = página = pg.).

Ao escolher o tipo de letra, ou decidindo criar / comprar um tipo para uso exclusivo da instituição deve ter em atenção o seu grau de legibilidade e de qualidade de impressão. E ter consciência que por vezes o design de comunicação não está ligado ao design de decoração, isto é, o que realmente importa é a legibilidade do texto e esta não pode ser sacrificada em nome do embelezamento. Um típico exemplo disso é a justificação do texto, se for justificado em ambos os lados fica mais harmonioso mas provoca a criação de rios (de espaços grandes geralmente criados ao justificarmos um texto de forma a compensar os espaços originais para dar harmonia ao desenho do texto, desta forma, os espaçamentos entre palavras são sempre diferentes uns dos outros e uns ficam notavelmente maiores), que dificultarão a leitura de pessoas com dificuldade visuais.

Leitor lento: 20 000 palavras/hora - 110 000 signos/hora
Leitor médio: 28 000 palavras/hora
Leitor rápido: 60 000 palavras/hora - 330 000 signos/hora

Ao lermos não reconhecemos caracter a caracter mas sim a silhueta da palavra. Por outro lado a movimentação do olho para leitura faz-se por "sacudidelas".

Outra questão a ter em conta é a cor que se utiliza, para facilitar a legibilidade deve-se criar um contraste favorável entre a cor do texto e do fundo.
No caso de catálogos criados internamente deve-se ter em atenção que a cor da impressão e a cor que se vê no monitor têm variantes consoante o monitor e impressora utilizados, o nível de tinta no tinteiro, etc.
A codificação cromática para cor directa pode ser feita utilizando o pantone , a quadricromia , o RGB , o Ral , entre outros. Há também a diferenciação entre coated e uncoated, isto é, brilhante ou mate. Outro sistema utilizado é também o vinil autocolante mas este último não contém a gama de cores completa.
É ainda possível recorrer a programas informáticos para tratamento do texto, o paginador InDesign, para o tratamento de imagem, o Fotoshop, para desenhos e vectores o Freehand. O Quick Time VR também possibilita a justaposição de fotografias criando a sensação de visita virtual através do movimento entre as várias fotografias justapostas. Pode ser utilizado para criar visitas virtuais aos espaços e colecções do museu.


Escolha da letra
A legibilidade tem influência directa do tipo de letra escolhido. Há textos para ler e textos para ver, estes últimos são muito utilizados na publicidade e podem deixar um design muito bonito numa informação parietal mas pode ser de leitura difícil. Ao escolher a letra existe ainda a questão das ligaturas, isto é, alguns tipos deixam alguns caracteres ligados a outros (por exemplo: fi fl ≠ fi fl no primeiro exemplo (tipo de letra Garamond) o “ f ” e o “ i ” ficam ligados) que aquando a impressão cria um borrão de tinta, dificultando a legibilidade e destruindo a harmonia do texto.

Outra questão na escolha da letra é a diferença de letras com serifa ou sem serifa.

Quanto ao tamanho da letra aconselha-se que seja de 14 para material impresso e de 16 para tabelas e painéis. No entanto, alguns estudos realizados, determinaram que para pessoas com baixa visão, como idosos e pessoas com défice visual, o indicado seria de 38.

a) Caracterização deverá consistir no seguinte:
- Não utilizar muitos tipos de letra diferentes ao mesmo tempo;
- Evitar combinar tipos semelhantes;
- Não utilizar demasiados tamanhos e espessuras, marcar bem é criar grandes intervalos (tamanho 12, 16, 18, etc.)

b) Família tipográfica do tipo de letra
- Fina (light)
- Regular
- Negro (bold)
Também podemos encontrar famílias com extra fino e extra negro

CAIXA ALTA / caixa baixa / VERSALETE
Para pessoas com dificuldades na leitura tem de se ter em atenção o tipo de letra utilizado pois alguns tipos prejudicam a leitura por serem facilmente confundíveis.
Exemplo: diferença entre o “ i ” maiúsculo e o “ l ” minúsculo do tipo Arial e Garamond)

Redondo ≠ Itálico Cursivo ≠ Itálico Obliquo
O cursivo é diferente do oblíquo porque este último é o chamado falso itálico, o desenho da letra mantém-se embora ligeiramente inclinado.

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