As palavras dão uma nova dimensão à experiência visual, fazem o leitor pensar e, por norma, são a última coisa a chamar a atenção do visitante, competindo com todos os outros materiais presentes na sala de exposição. Para agravar, há ainda a circunstancia em que o leitor é colocado, uma verdadeira prova de concentração e boa vontade, a leitura é feita de pé, sobre chão duro, depois de algumas caminhadas em que o leitor já se encontra cansado, sob luz fraca, sempre no mesmo ângulo. Uma coisa é certa, para ultrapassar todos estes obstáculos o texto tem de ser apelativo através de uma escrita simples e directa, as palavras têm de ser bem escolhidas, de forma a não prolongar demasiado o texto, que deve ser claro, explicito e concreto, caso contrário, torna-se difícil a sua absorção pelo leitor. Com vista à criação de textos informativos a responsabilidade da pessoa que os vai conceber deve ser partilhada pelo conservador e pelo designer, como se de um todo orgânico se tratassem.
A acessibilidade pode ser verificada a nível da compreensão de conteúdos, por vezes a informação perde-se devido à sua complexidade gramatical. Para que tal não aconteça há algumas normas a seguir, as frases devem estar na voz activa, devem ser curtas respeitando a ordem natural do discurso, em que o fim da linha corresponda com o fim natural da frase. Devem ser evitadas as frases subordinadas, as construções gramaticais complicadas, os modificadores adverbiais e palavras hifenizadas em fim de linha.
A forma oral do discurso assume particular relevância, a informação deve ser transmitida em pequenas doses e como forma de encorajamento da leitura podem ser formuladas questões, estimulando a interacção entre os visitantes, os objectos e os textos. As ideias e conceitos mais complexos devem ser expostos numa linguagem simples, equivalente à compreensão adquirida aos 15 anos de idade. Devem ser respeitadas as regras gramaticais mais simples, de forma a não prejudicar a ordem natural do discurso.
Antes de o texto ser colocado nos painéis deve ser discutido com outras pessoas e, se possível, posto à prova junto de crianças de várias idades, adultos, idosos e pessoas com diferentes níveis de aprendizagem. Devem ser escritos vários rascunhos que deverão ser lidos em voz alta a fim de ajustar palavras, pontuação e pausas. O texto deve ser usado para chamar a atenção dos visitantes no objecto e não ser tratado como algo independente à colecção. Estudos realizados concluem que se criar um nível quase poético, mantendo um estilo informal, atingirá melhor o leitor, as suas expectativas serão mais altas.
Através de uma escrita simplificada poder-se-á alcançar o acesso físico e intelectual, interagindo com os objectos e os textos, individualmente ou em grupo.
domingo, 8 de março de 2009
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