segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Língua Gestual Portuguesa


Ao contrário do que se possa pensar, a língua gestual é diferente em cada país e mesmo a nível nacional é possível encontrar variações dialectais correspondentes às escolas onde se desenvolveram. Por exemplo, em Portugal existem variações entre Lisboa, Porto, Algarve ou ilhas.

Calcula-se que sejam cerca de 30 mil os falantes nativos de LGP, pessoas com uma surdez mais acentuada que vão para as escolas de surdos, um número que pode ser multiplicado por quatro para obter o total de pessoas que falam esta língua.

A LGP, como outras línguas gestuais do mundo, surgiu a partir do momento em que se registou uma concentração de surdos, normalmente numa escola. A sua origem está ligada à criação da escola Jacob Rodrigues Pereira (da Casa Pia), em 1823.

Em 1998, foram criadas as unidades de apoio a alunos surdos, uma lei clarificada em 2008 quando foi assumida a educação dos surdos como bilingue, com a LGP como primeira língua e a língua portuguesa como segunda, e definido o seu programa curricular.

Mariana Martins, linguista da Unidade de Língua Gestual Portuguesa da Associação Portuguesa de Surdos, explicou que as escolas de referência devem ter formadores de LGP e intérpretes (estes a partir do 5. ano).

Existem dois cursos de LGP ministrados pelas duas associações nacionais, uma em Lisboa e outra no Porto.

Além dos surdos, que naturalmente utilizam a LGP para comunicar, há uma "diversidade imensa de pessoas a procurar os cursos", afirmou a linguísta.

Pais de crianças surdas, professores, estudantes universitários, psicólogos, polícias e enfermeiros procuram a Associação Portuguesa de Surdos para aprender a LGP.

A Associação, acreditada para dar formação nesta área, também responde a solicitações de instituições ou empresas que pretendam um curso de LGP e a especialista refere os exemplos da Loja do Cidadão, Segurança Social, Holmes Place ou El Corte Inglés.

Na lei que assume a educação bilingue dos alunos surdos, é apontada a criação de escolas de referência para este grupo e Mariana Martins especifica que o objectivo é haver "cada vez menos escolas de surdos para que estejam cada vez mais concentrados".

Fonte: SIC Online

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