Uma das primeiras coisas a ter presente em qualquer acção comunicativa é que não é preciso falar ou ouvir para se poder comunicar. Do mesmo modo, não deve partir do principio de que nós, ouvintes, somos pessoas “normais” e que os surdos não o são! Todo o surdo aprecia que se tente comunicar com ele.
Em virtude de não ouvir a sua própria voz, o surdo fala, geralmente, sem entoação, noutro nível de som e não consegue utilizar-se da múltipla escolha na formação das frases.
Os surdos, muitas vezes, escondem a sua situação, acenam com a cabeça quando lhes é dirigida a palavra e evitam o contacto.
Sempre que se recorrer ao apoio de um intérprete de Língua Gestual, não deve centrar a sua atenção e olhar no intérprete, mas sim na pessoa com quem quer comunicar. Afinal é com ele que pretende estabelecer contacto e conversar. Nunca trate o surdo como se fosse invisível na presença do intérprete!
No caso da pessoa conseguir ler lábios é estritamente necessário que antes de iniciar a conversa lhe chame a atenção. Se não o prevenir ele não saberá que está a falar! Do mesmo modo, não deve tapar a boca com as mãos, caneta, cigarro, alimentos, etc. Deve-se falar pausadamente e num tom de voz calmo, mas sem exageros! Não se deve gritar ou elevar demasiado o tom de voz!
Ao falar, deve ir directo ao assunto, pois está a exigir um grande nível de concentração por parte da outra pessoa. Use frases curtas e simples. Se não for entendido, deve-se repetir utilizando outras palavras com o mesmo significado ou reformular a frase mantendo o sentido original. Se necessário, pode ainda recorrer a gestos que ajudem a uma melhor expressão.
Antes de iniciar conversa com um surdo que saiba ler lábios certifique-se que tem luz suficiente a iluminar-lhe a cara. Não eleve a voz, ele consegue ler os seus lábios mesmo sem pronunciar qualquer som. Fale normalmente e sem exageros, isto é, nem muito depressa nem muito devagar.
Por vezes, pequenas gesticulações e mímicas ajudam na compreensão.
Nunca mantenha uma conversa em grupo com uma ou mais pessoas Surdas sem o apoio de um intérprete. Mesmo que eles saibam ler os lábios não vão poder estar, simultaneamente, a prestar atenção a todos os intervenientes na conversa.
Lembre-se que ele não pode, ao mesmo tempo, ler os seus lábios e prestar atenção a uma demonstração. Demonstre primeiro, explique em seguida.
Na presença de surdos evite falar deles, não o ouvirão e prestarão demasiada atenção aos seus gestos, podendo originar conclusões erróneas.
Um surdo não ouve mas vê e percebe com grande nitidez, o que pode influenciar a sua conduta.
Não identificar um Surdo como mudo. Esta palavra já foi legalmente eliminada em Washington D.C.
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